EU
SEI QUEM VOCÊ É, MAS VOCÊ NÃO SABE QUEM EU SOU
SEGUNDA PARTE
Quando voltou da
faculdade, seus pais ainda estavam acordados e assistiam um filme na televisão.
Liliane largou sua bolsa em cima da mesa da sala e comentou:
- Pai, o senhor tem que
comprar um aparelho de bina para nosso telefone .
Cirilo, o pai, disse:
- Boa noite, Liliane.
Zoraide, a mãe, também
disse:
- Boa noite, meu amor.
Liliane sentou no sofá
entre os pais e disse:
- Hoje de tarde recebi
uma ligação estranha.
Cirilo:
- Um trote?
- No início achei, mas
depois uma voz de homem disse meu nome e aí pensei que era mais uma brincadeira
do tio Denílson.
Zoraide:
- Seu tio? Ele viajou
de férias na semana passada com sua tia Belinha e as crianças para o Nordeste.
Liliane, preocupada:
- Não sabia...
- E quem era o cara na
linha - perguntou Cirilo.
- Não sei, pai. Também
pensei que pudesse ser o Eduardo...
- Eduardo? - Cirilo
fingiu que estava zangado.
- Pai, Eduardo é meu
colega no curso de Filosofia. Só isso.
- Tá bom, se não foi
Denílson e nem esse tal de Eduardo...
Liliane deu de ombros.
- Não tenho a mínima
ideia. O senhor podia era trocar esse aparelho pré-histórico por um que tenha
identificador de chamadas.
- Esse aparelho é uma
relíquia - protestou Cirilo. - E além do mais, hoje em dia quase ninguém liga
para telefone fixo. É só celular.
- Mas ligaram.
- Quem tem o número do
telefone fixo? Tirando nossa família, ninguém mais tem.
- E esse que me ligou hoje?
Cirilo voltou sua
atenção para sua tevê e no filme que passava e decretou:
- Com certeza deve ser
alguém da família. Quem sabe o Denílson que ligou da Bahia pra passar um
trote...
Liliane não acreditou
muito nessa possibilidade. O grito que ouviu... Não parecia ser do seu tio. Por
mais brincalhão que fosse, ele não ia imitar uma voz insana. Não...
Continua...
Rogerio de Castro Ribeiro
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